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rio 174

(2000)

CONCURSO PÚBLICO INTERNACIONAL - O MODELO EUROPEU DE CIDADE -HISTÓRIA, VIGÊNCIA E PROJEÇÃO DE FUTURO: CONTRASTES NOS PAÍSES IBERO-AMERICANOS.

Área escolhida: Gasômetro do Rio. 2000.

 

Projeto RIO 174 foi selecionado para a segunda fase. Apresentado em Santiago de Compostela, nov./2000.

Participaram pelo SETE 43: Naia Alban (coordenadora), Moacyr Gramacho, Maurício Lins, João Lucio Boni, Reinaldo Cezimbra, Zilton Cavalcanti.

Apoio: Emanuel dos Santos.

Arquitetos convidados: Márcio Campos e Cione Garcia.

Fotografia: Griselda Kluppel.

 

A proposta para o Gasômetro do Rio de Janeiro, por nós desenvolvida, recebeu o nome de RIO 174, como código de identificação, fazendo referência à tragédia do sequestro do ônibus da linha 174, ocorrida em 2000. Incidente que depois virou um documentário – Ônibus 174 – do diretor José Padilha.

MEMORIAL

“Operar com a categoria modelo pressupõe a aplicação e reprodução de uma ideia-conceito original. O jardim barroco francês, modelo de jardim e posteriormente modelo urbanístico, é paradigma desta operação.

A cidade do Rio de Janeiro, e, por extensão, qualquer metrópole brasileira, a cidade como ela é, consiste na violação extrema da operacionalidade do modelo. A sucessão de diversos modelos, lado a lado no espaço da cidade, tem como consequência a negação da aplicabilidade de qualquer modelo, seja para toda a cidade, seja para um trecho dela.

A contemporaneidade da cidade, radical e violenta, tem caráter residual: está construída sobre escombros vivos de modelos quase mortos. Modelos desajustados e obsoletos e incompletos permanecem na cidade brasileira por ausência de vontade socioeconômica: Avenida Presidente Vargas, os elevados, os sistemas de transporte, os sistemas de comunicação etc.

A cidade como ela é, negando a aplicabilidade do modelo, faz da sua desconstrução uma repetição de si própria. A desconstrução do Rio de Janeiro é a mesma cidade do Rio de Janeiro. Daí, para além da estratégia do Collage City, o esvaziamento do modelo abandona, ao mesmo tempo, a possibilidade de harmonia: a cidade das barreiras – elevados, canal do mangue, muro contínuo, fuligem de tráfego – tem como possibilidade última uma megaestrutura sem conexão.

A intervenção se situa entre a afirmação da violação do modelo, a sua impossibilidade histórica, e o desenho deste reconhecimento: a megaestrutura é deslocada pelo vazio, que, por sua vez, com esse movimento, faz o modelo vibrar, sacudindo-o. O “dentro” – vazio – é criado através da barreira física: nega e afirma a cidade, através da ideia referencial de modelo: o jardim, por sua vez, é esvaziado semanticamente, pelas quadras de esporte.

 

RIO 174 | Texto de apresentação da proposta, 2000.”

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Sete43

Salvador/BA

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